terça-feira, 20 de abril de 2010

Décimo dia... estrada + estrada + estrada enfim, na favela!


Dia de pegar a estrada... e muita estrada. Por confusão com o fuso horário, acordamos 4:30h da manhã (finalmente descobrimos que na argentina tem 1 hora de diferença) enfim, esperamos até umas 6 da manhã quando o dia amanheceu. Saímos juntos com os argentinos que nos ofereceram uma estadia na casa dele que era perto de Buenos Aires. Pensei, que bom, um dia de hospedagem a menos. Iniciando a viagem, podemos ver o sol nascer no horizonte do RS. Andamos por quase 2 horas e paramos, os argentinos se desencontraram e perdemos quase duas horas nesse procura-procura. Aproveitei pra trocar o óleo da moto. Pausa pra dizer que fiquei 10 minutos pra descobrir que óleo é “aceite”, mais 10 minutos pra descobrir que trocar era “cambiar” e que eles não fariam isso pra mim. Blz peguei as ferramentas e fui soltar o parafuso do dreno e quando pedi o recipiente coletor, mais 10 minutos pra explicar, eles disseram que não tinha. Que eu poderia deixar o óleo no chão mesmo. O argentino me explicou que aquilo era normal. Fiquei espantando, mas fazer o que... seguimos viagem, agora só com 1 argentino. Andamos, corremos, fomos, seguimos cansamos, descansamos e nada de chegar, nem sei quantas vezes trocamos a pilotagem. O lerdo do argentino não passava de 90km/h e a velocidade permitida era de 130 km/h. Quando ele finalmente saiu da rodovia. Achei que havia chegado e nada, logo ele voltou e disse que era pra fugir do engarrafamento. Enfim, lá pelas 8 da noite chegamos, cerca de 750 km percorridos. Chegamos e o argentino começa a andar de um lado por outro, nervoso, ligando e falando um monte de troço que eu não entendia. Quando ele desliga o telefone me abraça chorando e dizendo “mi perro morió”. Eu, sem consegui me controlar comecei a rir e fingia estar chorando também e o cara chorava mais ainda dizendo “Mi amigo brasileño”. Depois de recompor, fui ver o que ele chamava de casa, na verdade um kitnet. Sujo que tive que perder um tempo pra explicar o que era vassoura. Limpei tudo e quando o porco do argentino veio me ensinar a usar o boiler nos perguntou se tomaríamos banho naquele dia... fala sério.
Antes de dormir fomos comer uma pizza e descobrimos que o lugar se chamava Jose C. Paz, era como se fosse um favelinha ou um lugar parra pesada. Todos os comércios tinham grade. Fomos dormir e acho que se não estivéssemos tão perto de Buenos Aires teríamos desistido ali mesmo.
Ps.: paramos em 3 blitz. Em uma pediram kit de primeiros socorros e o outro disse que estávamos ultrapassando pelo acostamento quando paramos com o argentino. Já conhecia a fama da rota 14, mas viver na pele é difícil. Mas nada que uma boa idéia carioca não resolvesse. Fala sério, não gosto de perder dinheiro no Brasil, vou perder pros Hermanos!


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